segunda-feira, 26 de julho de 2010

As crianças e o colesterol



Há algumas décadas, temas como a obesidade ou elevação das taxas de colesterol costumavam estar relacionados apenas ao mundo adulto. Porém, diante do aumento considerável de casos de crianças obesas e com altos níveis de colesterol no sangue, esse quadro mudou.

Atualmente, no mundo inteiro, discute-se a necessidade de instituir medidas para evitar que esses males afetem a saúde dos pequenos. A boa notícia é que está ao seu alcance tentar vencer essa batalha: para começar, é fundamental mudar alguns comportamentos adotados dentro de sua casa.

Para a nutricionista Karina Maffei*, as principais razões para a elevação das taxas de colesterol das crianças são os maus hábitos alimentares, a falta de uma rotina de horários para se fazer as refeições e o sedentarismo. "Crianças que não têm atividades físicas regulares, que consomem grandes quantidades de guloseimas supercalóricas e não possuem hora certa para sentar-se à mesa têm chances maiores de apresentar este problema", diz ela.

Além destes casos, existem também algumas que sofrem com colesterol alto devido a problemas endócrinos (hormonais), de origem genética. Todas, no entanto, necessitam de reeducação alimentar, devem praticar atividades físicas regulares e receber um acompanhamento médico.

E, para começar, é preciso avaliar a despensa e a geladeira da família, pois as crianças vêem os pais, irmãos, avós e "cuidadores" como seus grandes exemplos e tendem a "copiar" seus comportamentos, inclusive os hábitos alimentares. Elas também desenvolvem o paladar experimentando os alimentos disponíveis dentro de casa.

 
Karina recomenda que se evite oferecer diariamente guloseimas como doces, balas, frituras ou refrigerantes. "Não é necessário excluir estes itens das compras, mas restringir a freqüência com que são consumidos e a quantidade", diz a nutricionista.

Por outro lado, é preciso aumentar a ingestão de frutas, legumes, verduras e cereais integrais, que são ricos em nutrientes e fibras, que também colaboram para o controle do colesterol.

Outra dica da especialista é que os pais evitem oferecer produtos desnatados ou diet, a menos que a criança seja diabética. "Na maioria dos casos, não indicamos grande restrição calórica, pois as crianças estão em fase de crescimento e precisam de reserva energética. O melhor é incentivar o consumo de alimentos saudáveis e mudar os hábitos delas", afirma Karina.

No entanto, para uma melhor orientação, é fundamental procurar o pediatra e/ou um endocrinologista, profissionais que avaliarão a saúde da criança e poderão prescrever o tratamento necessário - por isso, não deixe de levar seu filho para as consultas periódicas ao pediatra. Para completar, um nutricionista pode ajudar na montagem de um cardápio variado, saudável e personalizado.

*Karina Maffei, nutricionista clínica do Hospital Samaritano, com especialização em pediatria e adolescência pelo Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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