quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cuidado, abaixe o volume do som



Walkman, discman, Mp3 player, a evolução da tecnologia continua nos ajudando a ouvir nossas músicas preferidas, carregando-as de uma lado para o outro. Mas todo cuidado é pouco, pois se você pretende aprecia-las por mais alguns anos, abaixe o volume.

As vendas de players digitais saltou nos últimos anos, e cerca de 50 a 100 milhões de pessoas fazem uso dos produtos diariamente, afirma a União Européia, que esta semana divulgou a inteção de limitar o volume dos escutadores digitais para 80 decibéis. Especialistas e representantes da indústria vão criar juntos normas mais rigorosas para preservar a audição da população.

E a preocupação não se restringe à Europa. Dados do Grupo de Estudo de Zumbido do Hospital das Clínicas de São Paulo apontam que 35% dos casos diagnosticados de problemas auditivos se devem à exposição prolongada a sons lesivos. A Sociedade Brasileira de Otologia realizou ano passado uma campanha para alertar sobre os perigos do som alto dos MP3 players. Com o slogan “Abaixe o volume ou diminua para sempre a sua audição”, alertavam que os equipamentos podem causar perda auditiva.

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei nº 4524/08, de autoria do deputado federal Jefferson Campos (PTB-SP), que proíbe a venda de tocadores pessoais de música em formato digital - MP3 e MP4 players - cujo volume máximo exceda o limite de 90 dB. Além disso, obriga a inscrição de alerta para os riscos do uso prolongado em alto volume (superior a 85 dB) em todos os aparelhos.

Os tocadores de MP3 atuais são tão potentes, que podem atingir uma intensidade sonora de até 120dB, em seu volume máximo. Para se ter uma idéia, isto equivale à intensidade de uma turbina de avião durante a decolagem. Mas o ouvido humano sofre com isso e quando exposto a sons acima de 85dB por tempo prolongado, que seria o barulho do trânsito numa
avenida movimentada, já pode apresentar perdas auditivas.

Estudos mostram que quatro em cada 10 pessoas expostas a ruídos de 90 decibéis (dB = unidade de medida de intensidade sonora) durante 40 anos têm chance de desenvolver perda auditiva. Pessoas mais sensíveis podem ter suas células sensoriais auditivas lesadas irreversivelmente por um único evento de som acima de 100 dB. Note que essa intensidade é facilmente atingida em cinemas, “baladas” e shows musicais.

Além da perda de audição, o som muito alto de tocadores de MP3, discotecas e shows, pode agredir o ouvido de outras formas, causando zumbido e dificuldade de entendimento. O grande problema é que este tipo de perda auditiva costuma ser irreversível. Uma única exposição a sons intensos pode prejudicar a audição para sempre. Na maioria dos casos a perda auditiva é gradual e indolor, muitas vezes desenvolvendo-se tão lentamente que quase não se nota. A exposição a sons intensos é a segunda causa de deficiência auditiva, dano que é possível prevenir, mas difícil de reverter.

ESCALA 
O som tem a capacidade de afetar humanos sobre uma série de aspectos psicológicos e fisiológicos.

Até 90 decibéis, os efeitos são principalmente psicológicos:
• O som de uma música pode acalmar, alegrar ou até excitar;
• Um som desagradável como o raspar de uma unha sobre um quadro-negro pode “arrepiar”;
• O som intermitente de uma gota d’água pingando de uma torneira pode impedir o sono, e veja que se trata de apenas 30 ou 40 dB.

De 90 dB a 120 dB, podem ocorrer também efeitos fisiológicos, como alteração temporária ou irreversível da fisiologia normal do organismo. Os ambientes com essa intensidade sonora são considerados insalubres.

Acima de 120 dB, o som pode começar a causar efeitos físicos sobre as pessoas: vibrações dentro da cabeça, dor aguda no ouvido médio, perda de equilíbrio, náuseas. A própria visão pode ser afetada por som muito intenso devido à vibração, por ressonância, do globo ocular.

Próximo dos 140 dB pode ocorrer a ruptura do tímpano.

SINTOMAS DA PERDA AUDITIVA:

Alguns sintomas de perda auditiva incluem:

- Dificuldade para escutar em reuniões públicas, salas de concertos, teatros, local de
trabalho, etc. - onde as fontes de som estão longe do ponto de escuta.
- Dificuldade para escutar a televisão e/ou telefone.
- Dificuldade para entender a conversação em um grupo de pessoas.

Os indivíduos afetados por uma perda auditiva freqüentemente desenvolvem formas para tentar ouvir melhor em situações difíceis.
 
Essas formas incluem:
 
- Pedir aos outros que repitam as falas.
- Virar a cabeça de lado direcionando-a para os sons ou para quem está falando.
- Elevar o volume da TV, rádio ou equipamento de som.
- Evitar reuniões sociais.
- Fingir entender a mensagem recebida.

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