terça-feira, 7 de setembro de 2010

Verruga causada por HPV gera mais impacto para a mulher que lesão pré-câncer


O aparecimento das verrugas genitais causadas pelo papilomavírus humano (HPV) causa um grande impacto na vida da mulher, como mostra um pequeno estudo conduzido em um hospital de São Paulo. Além de preocupação e medo, que afetam 69% e 66% das pacientes respectivamente, boa parte delas sofre com raiva (31%), tristeza (28%), vergonha (24%) e culpa (17%).

O HPV é a mais comum das doenças sexualmente transmissíveis: oito em cada dez indivíduos sexualmente ativos entrarão em contato com o vírus no decorrer de suas vidas. Em geral, os tipos de HPV causadores de verrugas genitais são menos propensos a evoluir para o câncer. Já outros, em especial os tipos 16 e 18, são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero. Essas lesões só podem ser diagnosticadas pelo papanicolau.

"O impacto psicológico causado por uma verruga causada pelo HPV é maior do que ao descobrir uma lesão pré-câncer", relata a autora do estudo, a médica Adriana Campaner, chefe do ambulatório de colposcopia da Santa Casa de São Paulo e professora da disciplina de ginecologia e obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas da mesma instituição.

A pesquisa, realizada com 29 mulheres, de 15 a 70 anos, mostra que as pacientes diagnosticadas temem a possibilidade de perder o útero, de contrair Aids, de passar o HPV para o bebê e de não engravidar no futuro.

Entre as entrevistadas, 21% relataram conflitos com o parceiro, já que o diagnóstico é associado a infidelidade. Em 10% dos casos, as mulheres romperam o relacionamento por causa do HPV.

A doença também passa a ter impacto na vida sexual da mulher: 41% apresentaram problemas durante o sexo após o diagnóstico e apenas 49% passaram a usar preservativos em todas as relações após receber o diagnóstico.

Campaner ressalta que a prevenção é essencial para evitar o HPV e todo o impacto que a doença pode causar na vida das pessoas. A vacina contra o papilomavírus humano, que ainda não está na rede pública, é a melhor forma de evitar a doença. No Brasil, está disponível para garotas de 9 a 26 anos. Já nos EUA e na Europa, a imunização também tem sido preconizada para mulheres com mais idade e garotos.
 
A camisinha é outra arma imprescindível. "Mas vale lembrar que a proteção não é de 100%, já que pode haver infecção pelo contato com áreas que não são cobertas pelo preservativo", lembra a médica. Além disso, a transmissão do HPV não está restrita ao sexo com penetração; praticar sexo oral e masturbar o parceiro (a) também podem abrir as portas para o vírus.

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